“Por Azeroth!”
- Rei Varian Wrynn
Anaheim,
Califórnia. Nos últimos dias 6 e 7 de novembro, a empresa Blizzard Entertainment realizou mais uma edição da BlizzCon, seu evento anual que reuniu física e virtualmente – através da aquisição de um
Ticket Virtual que garantiu o acesso a transmissão em tempo real do evento via streaming – uma “legião” de milhares de fãs de suas franquias de jogos. Todos ansiosos pelas novidades de seus jogos favoritos e produtos relacionados... e entre estes, a divulgação do trailer oficial da adaptação do mundo de Warcraft para o cinema, que desde o seu anuncio na edição de 2013, tem gerado expectativa e tirado o sono (Exagero? Talvez... ou talvez não!) de muita gente.
Bom, os anfitriões do evento cumpriram o que prometeram, e poucas horas após a abertura da BlizzCon, divulgaram o primeiro trailer oficial do filme, que logo em
seguida foi disponibilizado no Youtube. E, em menos de três dias, ele já havia ultrapassado a impressionante marca de 13 milhões de visualizações (e continua aumentando). Mas não escrevi tudo isso somente para falar do trailer ou do filme em si, mas sim, sobre o mundo no qual ele será ambientado: Azeroth.
Capa do Primeiro Jogo. |
A questão é que, nestas circunstâncias, o volume de informações fragmentadas em meio a tudo isso é gigantesco, principalmente para um leigo que está tendo seu primeiro contato com Azeroth agora, seja a partir de romances que foram publicados no Brasil pela editora Galera Record, seja a partir das expansões mais recentes de World of Warcraft (apesar de praticamente toda a história até o momento estar lá, espalhada entre as descrições das missões, o que exigiria uma boa dose de tempo e paciência para ser assimilada... e não é todo mundo que tem
essa “dedicação”, principalmente dentro de um jogo eletrônico. rs)
Poster Oficial do Filme. |
Para você que está lendo este artigo, gostaria de deixar um conselho (ou sugestão, se assim preferir): não deixe que tais opiniões “tóxicas” influenciem seu
julgamento. Mas principalmente, NÃO SEJA VOCÊ uma fonte desse tipo de opinião nociva. Aguarde o filme de mente e coração abertos... afinal, adaptações para mídias diferentes SEMPRE tem mudanças, sejam elas boas ou ruins. Se o resultado final não for o que esperava (“o enredo não convenceu”, ”fugiram ao cânone do jogo”, “porque não fizeram em computação gráfica como nas cinemáticas, ao invés de atores?”, etc.), ai sim, você terá todo o direito de reclamar. Mas criticar antes de ver... infelizmente, é um tanto quanto forçado, em qualquer situação.
E sob uma ótica mais “RPGística”, um ponto que considero ainda mais importante (e que não vale somente para este caso):
saiba enxergar a ambientação como um cenário isolado. As vezes, por uma questão de hábito ou conveniência (especialmente quando já estamos acostumados com uma ambientação em particular ou temos nossa “favorita”), dificilmente lembramos de fazer isso. Então, generalizar acaba sendo... mais "prático" por assim dizer. E com isso, podemos acabar deixando passar detalhes que tornariam um cenário único, sem igual.
Nem sempre um elemento que se encaixa perfeitamente em um determinado cenário, por via de regra, se aplicará da mesma maneira a outros (uma raça, povo, ou criatura considerada maligna em uma ambientação, por exemplo, pode ser exatamente o contrário em outra – e vice-versa). Enfim, contextos diferentes, ambientações diferentes, origens diferentes, e consequentemente perspectivas diferentes.
Sempre existirá aquele hábito clássico que possuímos de comparar este com aquele cenário? Certamente que sim. Mas tendo isso em mente, as coisas podem mudar um pouco de figura (ou não, rs).
O Mundo de Warcraft no RPG:
Warcraft RPG |
Além deste livro básico (detalhando principalmente o continente de Kalimdor), também foram publicados cinco suplementos: Manual of Monsters (um bestiário descrevendo diversas criaturas de Azeroth), Alliance & Horde Compendium (apresentando novas raças, mecânicas e expandindo as informações sobre as facções existentes), Magic & Mayhem (dedicado aos vários tipos de magia existentes, assim como itens mágicos e aparatos tecnológicos), Lands of Conflict (detalhando o antigo continente de Azeroth, que mais tarde passou a ser referenciado no jogo como “Reinos do Leste” somente; vale ressaltar que, na época, esse suplemento foi disponibilizado gratuitamente para download), e Shadows & Light (mais focado em
personagens épicos e aventuras planares, trazendo informações sobre heróis e criaturas lendárias, assim como sobre a cosmologia e os planos de existência do cenário). No Brasil, destes livros, somente o livro básico (que manteve o nome original) e o bestiário (conhecido aqui como Warcraft Roleplaying Game - Livro dos Monstros) foram publicados em português, ambos pela Devir Livraria em 2004, e já se encontram fora de catálogo (ou seja, raridades em potencial).
World of Warcraft RPG |
Esta nova edição teve seis suplementos publicados: More Magic & Mayhem (uma
versão atualizada de seu antecessor), Lands of Mistery (trazendo informações detalhadas sobre as regiões de Kalimdor, as Ilhas do Sul e Nortundria), Alliance Player’s Guide e Horde Player’s Guide (ambos fornecendo informações sobre as respectivas facções e os povos as compõem, sendo praticamente o compêndio da edição anterior dividido e expandido), Monster Guide (um bestiário atualizado e consideravelmente expandido) e Dark
Factions (apresentando diversas novas raças, mecânicas e informações sobre quinze facções neutras existentes no cenário). Infelizmente, assim como seu antecessor, estes livros já se encontram fora de catálogo e nenhum deles foi traduzido para o nosso idioma.
Uma observação relevante (no mínimo), curiosa: oficialmente, todas estas publicações são consideradas como “não canônicas”, isto é, seu conteúdo não possui qualquer peso oficial sobre a história dos jogos. Segundo o parecer oficial da Blizzard, apesar de ter contribuído com a geração do
conteúdo destes livros, a flexibilidade e as inúmeras possibilidades que podem ocorrer em uma sessão de RPG, podem fazer com que o rumo das histórias divirja do estabelecido como cânone dentro dos jogos eletrônicos. Então meus amigos, não se esqueçam disso se entrarem em alguma discussão sobre os jogos e ficarem tentados a se basear nos livros para argumentar algo. ;-)
Apesar de não existir uma adaptação oficial do mundo de Warcraft sendo publicada atualmente, é possível encontrar várias versões pessoais para os mais diversos
sistemas e gostos espalhadas pela internet. Basta dedicar algum tempo procurando uma que lhe agrade. Ou modificando alguma que se aproxime desse objetivo... ou simplesmente mandando tudo lá para onde Sargeras perdeu as botas e elaborando sua própria adaptação do zero! A escolha é sua.
Afinal de contas, nunca se sabe quando pode aparecer aquele novo jogador ou a galera que pode vir a ser seu futuro grupo de jogo, justamente porque ficou hiper empolgada com um filme que acabou de assistir, não é mesmo?
Notas do Veterano:
1) A citação utilizada no início deste artigo foi dita no (excelente) trailer cinematográfico de abertura de World of Warcraft: Legion,
também divulgada na BlizzCon 2015.
2) Alguns pontos levantados neste artigo, só foram formulados, graças a uma discussão (sadia) que andou ocorrendo nos últimos dias na comunidade de D&D 5.ª Edição mantida pela REDERPG. Aos que participaram da mesma, meus sinceros agradecimentos.
3) Para os leitores que ficaram interessados em conhecer mais sobre a história de Azeroth, mas não sabem por onde exatamente começar, o site WoWGirl fez um trabalho magnífico com relação a isso, elaborando um guia contendo uma sugestão de ordem de leitura (cronológica) dos romances e contos até então publicados, bem como uma série de artigos sobre a história do cenário (Continuem com o excelente trabalho, senhoritas! O Veterano é um apreciador incondicional do trabalho de vocês!).
4) É possível encontrar muitos dos romances do universo de Warcraft no site da Amazon, tanto em versão digital quanto física. Vale a pena fazer uma pesquisa.
2 comentários:
Opa, cara seu artigo ficou muito bom!
Tomei a liberdade de divulgar ele na minha página do facebook, espero que não se importe hehe
De modo algum Panon! Fique a vontade!
Aliás, sou eu quem precisa agradecê-lo por isso. rs
E desculpe pela demora da resposta ("problemas técnicos" com a ferramenta de comentários... ¬¬)
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