O Veterano Leu... Vermilium – Jogo Rápido

“Seguir o caminho da aventura é aceitar uma vida de desespero,
sem nunca saber qual será o próximo trabalho ou de onde virá a
próxima refeição. Tem realmente disposição para isso, forasteiro?”
- “Velho” Clint McConnor, explorador, beberrão e brigão profissional

Salve, amigos e amigas leitores do blog!

Conforme prometido no artigo anterior, hoje este Veterano que vos escreve vem compartilhar suas impressões iniciais a respeito do jogo rápido de Vermilium, ambientação para o RPG Savage Worlds: Edição Aventura que será publicado no Brasil pela EscafandroEditora (e cujo download pode ser feito gratuitamente na página da campanhade financiamento coletivo da plataforma MeepleStarter). Este artigo também é uma oportunidade fantástica para o Veterano de estrear a coluna de resenhas que há muito desejava no blog. Portanto, sem mais delongas, vamos lá!

Vermilium: Jogo Rápido já começa chamando a atenção do leitor e a deixá-lo no clima do cenário pela arte evocativa de sua capa: uma pequenina batedora, montada em um lobo, fugindo apressadamente de um bando de sasquatches nada amistosos! Ambos são povos nativos das Auroras, o “Novo Mundo” aonde ocorrem as aventuras em Vermilium.

Aliás, as artes são um espetáculo à parte: todas são assinadas pelo talentoso ilustrador espanhol Alex Vede, o qual com seu estilo único (que fez o Veterano lembrar um pouco das obras de Mike Mignola), ajudou a dar vida ao cenário.

A arte da capa de Vermilium: Jogo Rápido. Desbravar as Auroras não é para qualquer um!

Embora seja bastante enxuto (apenas 19 páginas), ele pode ser dividido em quatro partes distintas, onde encontramos:

Uma breve apresentação do cenário (com um pouco mais de uma página e meia), na qual ficamos sabendo que o ‘Novo Mundo’, que fora o lar de uma antiga civilização bem mais avançada em outros tempos, conhecidos pelos nativos apenas como Arquitetos, sofreu um evento cataclísmico conhecido como Sangria, no qual há milhares de anos a fonte de origem da magia invadiu o reino mortal e mudou ambos os locais para sempre. Também nos é apresentado um breve resumo sobre como ocorreu a colonização das Auroras pelos humanos, seus conflitos (culturais e territoriais) com os povos nativos, um panorama geral da geografia e da política atual, bem como das disputas de poder entre os diversos grupos e organizações existentes em decorrência a tudo isso.

Aqui também somos apresentados ao tipo de pessoas que costumam desbravar as Auroras: "heróis falhos", cujas razões e objetivos nem sempre são tão nobres quanto aos de outros cenários, como alguns podem estar familiarizados. E encerrando essa primeira parte, temos uma caixa de texto contendo informações bem interessantes que nos explicam a ausência de dois elementos muito tradicionais em ambientações inspiradas na temática de faroeste: ouro e armas de fogo.

Nas quatro páginas seguintes, temos uma pequena amostra do que diz respeito a parte de regras. Somos apresentados a algumas das Regras de Ambientação utilizadas no cenário, assim como um resumo de novas mecânicas (Anti-heróis, Fabricação, Caça e Colheita e Estranhos em uma Terra Estranha), as quais serão apresentadas no livro completo – infelizmente, elas não estão disponíveis na íntegra neste jogo rápido, fato que serve apenas para “atiçar a curiosidade” do leitor (Nota do Veterano: bem... não se pode ganhar todas, rs).

E falando em anti-heróis, nessa parte também temos uma descrição (bastante sucinta) das linhagens (ou ancestralidades) disponíveis para os jogadores em Vermilium. Desde os velhos conhecidos humanos, anões, elfos, pequeninos (como os halflings são conhecidos em Savage Worlds) e orcs (os quais tem uma origem um tanto cruel, diga-se de passagem...), aos estreantes sasquatches (poderosos primatas gigantes e inteligentes) e os mecanoides (máquinas sencientes de um passado além da compreensão dos estudiosos imperiais, que recentemente tem voltado a funcionar). E aqui uma vez mais o texto apenas instiga a curiosidade do leitor, pois a descrição das habilidades raciais de cada ancestralidade também não foi disponibilizada (Nota do Veterano: funcionou mais como um “complemento” as informações presentes na apresentação do cenário).

Em contrapartida, o que falta no conteúdo do jogo rápido em termos de regras até este ponto, é compensado com a descrição integral de 2 novas Complicações (Nota do Veterano: Agonia Índigo tem tudo para ser a "favorita" de muito futuro jogador de Vermilium...quem ler o jogo rápido entenderá! rs) e 7 novas Vantagens. Aliás, um detalhe digno de nota em Vermilium é que os personagens podem receber até 6 pontos de Complicações (ao invés dos 4 habituais), o que reforça a ideia de "heróis falhos e com passados sombrios".

Um guia de jogo rápido não estaria completo sem uma aventura, correto? Pois então, em "O que Jaz Abaixo", somos apresentados a uma aventura (com oito páginas) escrita para conhecemos o cenário de Vermilium de forma prática, na qual um grupo de anti-heróis de aluguel assume um trabalho à procura de um barão da madeira desaparecido. Por razões que dispensam explicações, esse será o máximo de detalhes da aventura propriamente dita que será fornecido aqui (sim, o Veterano não é um grande apreciador de spoilers, rs).

E encerrando, nas últimas páginas somos contemplados com quatro personagens pré-gerados e prontos para jogar. Todos usando em maior ou menor grau algum elemento do conteúdo apresentado no jogo rápido.

Uma expedição investigando um colosso mecanoide. Um dos muitos mistérios ancestrais do mundo de Vermilium.

Considerações Finais:
Ainda que seja um material a princípio deveras "enxuto" (no que diz respeito ao número de páginas e a parte de regras), Vermilium: Jogo Rápido entrega o que promete, fazendo uma rápida apresentação ao cenário e trazendo uma aventura introdutória muito bem escrita (do tipo que possui dicas e sugestões pontuais que auxiliam bastante ao narrador que ainda está se familiarizando com o sistema de Savage Worlds), fato que certamente deve proporcionar uma boa dose de diversão aos jogadores mais exigentes. Sem dúvidas, é uma ótima forma de primeiro contato com o cenário, lembrando que o material requer o uso do livro Savage Worlds: Edição Aventura (ainda que as regras presentes no test drive do sistema, possam atender razoavelmente bem, no caso de um narrador mais "cascudo" e que esteja com pressa e/ou sem acesso ao livro).