Yo ho ho e uma garrafa de rum!
Saudações, lobos do mar! Dando continuidade a postagem realizada ontem em
comemoração ao Dia Mundial do Pirata, segue a segunda parte do artigo. E, caso
os ventos da boa sorte soprem em meu favor, a parte final desta ‘série não
planejada’ de artigos será postada amanhã.
“Você
acredita MESMO que a morte é a pior coisa que o destino pode lhe reservar?
Então pense outra vez, seu verme, pois não faz ideia do quanto está enganado...”
Então pense outra vez, seu verme, pois não faz ideia do quanto está enganado...”
- Capitão Solomon McConnor, o Alma
Negra
Sua
Queda, Maldição e Ascensão Sombria:
A partir desse ponto, a história
carece de detalhes. O pouco que se sabe, são oriundos de registros incompletos
e relatos confusos, sussurrados por velhos, ensandecidos e nada confiáveis
marinheiros.
A verdade é que, após incontáveis
meses (ou anos), o ‘Subjugador de
Tempestades’ chegou ao seu destino: uma ilhota que fazia parte de um
arquipélago até então desconhecido – há quem diga que o Capitão Solomon
precisou recorrer a meios místicos agourentos para encontrá-lo – onde se localizava
as ruínas do que outrora talvez tivesse sido algum tipo de templo, erigido por
alguma civilização há muito esquecida em tempos imemoriais e agora extinta. Mas
o que realmente interessava ao ganancioso capitão e sua tribulação ainda
estavam lá: inúmeras pilhas de joias e moedas de ouro até aonde a vista podia
alcançar. As estranhas e peculiares marcas de cunhagem das moedas pouco
importavam... afinal, ouro é ouro em qualquer lugar.
Contudo, a que eles não contavam era
com o fato de estarem profanando um antigo local de veneração de uma entidade
caótica e ancestral e saqueando suas oferendas... e o pior: cujos poderes e
influência ainda faziam-se presentes naquele lugar.
Alguns dias depois, já em mar aberto e
com a embarcação abarrotada com um incalculável tesouro, o Capitão Solomon
recebeu em sua cabine uma visita inesperada, para não dizer impossível: uma
manifestação espectral e fantasmagórica da entidade de quem havia obtido seu precioso
butim!
Para surpresa do pirata, a aparição lhe
fez uma proposta simples: caso fosse capaz de vencer um desafio que lhe seria
proposto – o qual estaria ao alcance da realização de meros seres mortais – ele
e sua tripulação poderiam partir com os tesouros em segurança; caso contrário,
teriam que arcar com as consequências.
O fim do Subjugador de Tempestades |
Então, o arrogante Solomon McConnor aceitou
o desafio... mas o acaso da boa sorte não favorecera sua ousadia dessa vez.
O capitão perdera o desafio. E no
limiar do crepúsculo daquele fatídico dia, o ‘Subjugador de Tempestades’ foi ironicamente subjugado por uma
violentíssima tempestade jamais vista ou registrada. Gritos de desespero foram
sufocados pelo ribombar de trovões, enquanto a vida dos marinheiros se esvaía em
meio à fúria do oceano. Em segundos, o outrora poderoso galeão fora feito em pedaços
como se fosse um reles escaler. E a posse do tesouro fora reclamada pelas
águas.
Em situações normais, diversos povos considerariam
a morte como o maior pagamento possível para uma afronta e uma dívida. Todavia,
no caso de Solomon McConnor, sua morte foi apenas o início do seu acerto de
contas.
Não se satisfazendo em obliterar sua
embarcação e tomar a vida de seus comandados, bem como sua própria, a entidade
torturou o que sobrou do espírito do Capitão Solomon por um infindável período
de tempo. Distorcendo, moldando, fragmentando e remontando-o ao seu bel prazer,
até que aquele novo ”passatempo” tornar-se uma atividade entediante, enfadonha
e sem graça. E quando finalmente se cansou, devolveu o que restara do
alquebrado espírito do capitão a uma agora decrépita carcaça que seu corpo se
tornara. E amaldiçoou-o com uma última e derradeira tarefa: recuperar TODO o
tesouro que havia sido saqueado de seu templo – o qual a própria caótica
entidade ardilosamente fez com que as correntes oceânicas espalhassem pela
vastidão do mundo - e devolvê-lo ao seu sagrado local de origem. Caso essa
tarefa fosse cumprida, ele e sua tripulação talvez pudessem finalmente desfrutar
de seu descanso final.
Mas Solomon McConnor já não mais
existia. Em seu lugar, havia apenas um arremedo sombrio, insano e corrompido do
homem que fora outrora. Agora existia somente uma Alma Negra.
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