Páginas


quarta-feira, 16 de julho de 2025

Guisado de Gnomo – Começando um Novo Grupo

"É...hora de tirar a poeira dos livros e voltar ao jogo!
(Mas antes, preciso recrutar novos aventureiros...rs)"
- Narrador.

Saudações, prezados amigos!

E depois de um longo hiato, eis que o Veterano finalmente conseguiu encontrar um novo Troll “cozinheiro gourmet” (dessa vez, um aspirante vindo da inóspita região de Droaam, mas com uma carta de recomendação de velhos conhecidos da Casa Ghallanda... ou seja, deveras promissor! rs), e compartilha hoje com vocês a tradução de mais um artigo do acervo do blog Gnome Stew. Dessa vez, abordando sobre alguns pontos interessantes para se considerar quando forem formar um novo grupo de jogo. Boa leitura!

Começando um Novo Grupo
Por J.T. Evans
Tradução da postagem Starting a Flesh Group, publicada em 11/07/2025 no blog Gnome Stew.

Quando formamos um novo grupo para jogar RPG, existem algumas considerações que precisam ser levadas em conta. Tantas, na verdade, que acredito que não consigo abordar todas, assim como também tenho certeza de que nem consigo pensar em todas. No entanto, segue abaixo uma breve lista que abrange os principais pontos. Além disso, esta lista foi formulada partindo do pressuposto de que você é um Narrador formando um novo grupo de jogo.

Cronograma / Local
Ao anunciar um grupo, certifique-se de informar um local e um conjunto de dias e horários que sejam adequados para você. Isso permitirá que as pessoas se autoselecionem, caso não possam comparecer ao local ou não estejam disponíveis nesses horários. Assim que tiver um número suficiente de respostas, verifique com todos qual seria o melhor dia, horário e a regularidade de jogo. De posse dessas informações, defina um bom horário para jogar e envie-o ao grupo. Se algumas pessoas não puderem comparecer no horário final, mas você ainda tiver pessoas suficientes, está tudo bem. Não faça ninguém sentir-se mal porque a vida real ou a vida adulta atrapalham o horário escolhido (Nota do Veterano: isso é mais corriqueiro do que muitos imaginam, acredite).

Experiência com RPG em Geral
Após conseguir formar um grupo sólido que possa se reunir, converse com todos para descobrir qual é a experiência de RPG em geral deles. Isso não é para que você seja um “guardião das regras” ou insultar alguém por ser novo (ou completamente inexperiente) em RPGs, mas sim para que possa adequar a experiência que proporcionará a todos (Nota do Veterano: mas caso você possua o hábito, nada saudável, de se vangloriar em demasia, “dar carteirada” de tempo de jogo, se achar o dono das regras ou algo do tipo...aconselho que reveja seus conceitos urgentemente, seja você um narrador ou jogador). Pessoas com menos experiência talvez precisem se sentar próximos de jogadores mais experientes (ou do Narrador), com o entendimento de que os veteranos ajudarão aos novatos conforme necessário, mas não atrapalharão a autonomia dos novos jogadores na mesa.

Experiência com o Gênero Escolhido
Recomendo que tenha em mente um gênero, cenário e sistema de jogo antes de anunciar um novo grupo. Caso queira mudar para algo diferente depois que o grupo estiver estabelecido, essa é sempre uma opção. É bom saber qual a exposição dos seus jogadores ao gênero escolhido. Isso não precisa se limitar a RPGs. Pode incluir qualquer tipo de mídia: TV, filmes, quadrinhos, romances, contos, antologias, RPGs, graphic novels e assim por diante. Descobrir o quão confortáveis seus jogadores estão com o gênero escolhido também lhe permitirá personalizar quais tropos, clichês, ideias e elementos da história você trará para a mesa e como fazê-lo de forma clara.

Experiência com o Cenário
Se você estiver jogando em um mundo caseiro, este tópico provavelmente não se aplica a você. No entanto, se estiver jogando em um cenário publicado (Forgotten Realms, Firefly, Greyhawk, Blade Runner, The Expanse e assim por diante), é interessante descobrir o quão familiarizados os jogadores estão com o cenário. Isso lhe permitirá decidir que tipo de material introdutório fornecer aos jogadores, seja na forma de breves detalhes do cenário, folhetos, referências ou talvez alguns recursos online para eles consultarem antes de começar a jogar.

Experiência com o Sistema de Jogo
Como você está chegando à mesa com um sistema de jogo em mente, também vai querer saber se os jogadores possuem alguma experiência no sistema específico que você escolheu. Novamente, isso permitirá que você personalize referências de regras, folhetos, folhas de dicas, o lado do escudo do Narrador que estará voltado para os jogadores e assim por diante, de acordo com o grupo. Se todos forem “veteranos do sistema”, ótimo. Mergulhe de cabeça. Quebre as regras com força e rapidez. Caso contrário, você vai querer personalizar as cenas iniciais para introduzir regras e mecânicas aos poucos, para que os jogadores não fiquem completamente sobrecarregados com mais de 300 páginas de regras, por exemplo (Nota do Veterano: algo que pode ser bastante intimidador as vezes, principalmente para novos jogadores).

Formar um novo grupo de jogo pode ser desafiador até para os Narradores mais experientes.

Por que eles (querem) jogar RPGs?
Se alguém nunca jogou RPG antes, você vai querer saber quais são as expectativas da pessoa em relação ao jogo. Se ela tem alguma ideia equivocada sobre como os jogos realmente funcionam na mesa (em oposição a assistir a jogos online altamente produzidos e selecionados), então esta é a sua chance de definir expectativas sobre o que acontece na realidade sem a participação de editores. Se alguém é um jogador atual (ou “escola véia”), você também vai querer saber o que ele gostou em RPGs no passado e por que quer se juntar ao grupo. Mantenha um tom positivo, se possível. Todo mundo tem uma “história de terror das profundezas” dos RPGs, mas tente guiar a conversa para o que ele amou e deseja atualmente do jogo com você.

Que experiências eles desejam?
Faça perguntas guiadas aos seus jogadores sobre quais experiências eles desejam do jogo por meio de seus personagens. Eles querem uma atmosfera cômica em quatro cores ou as histórias cruas de heróis das ruas? Eles querem fantasia épica, onde heróis grandiosos enfrentam vilões poderosos? Ou eles querem ser uma equipe de ladrões, realizando assaltos sem fim e resolvendo quebra-cabeças? As opções aqui são quase infinitas e serão limitadas apenas pelo gênero, sistema e pela imaginação coletiva de vocês.

Linhas e Véus
Esta é uma ferramenta de segurança poderosa para se usar na mesa. Essas conversas geralmente são reservadas para a sessão zero, mas eu gosto de tê-las conforme o novo grupo se forma. Coletar linhas e véus de seus novos jogadores permitirá que você personalize suas aventuras (sejam publicadas ou autorais) para evitar áreas de preocupação para eles. Isso pode levar tempo, então eu recomendo obter essas informações o mais rápido possível para ter o tempo necessário para fazer ajustes. Phil tem um ótimo artigo sobre ferramentas de segurança em geral, e ele aborda os conceitos de linhas e véus nesse artigo.

Quais tropos / clichês / arquétipos você deseja incluir / excluir?
Se seus jogadores puderem responder a essa pergunta de forma educada, ouça-os. Se eles não tiverem certeza de quais tropos ou clichês existem no gênero escolhido, tudo bem. Eles aprenderão rapidamente do que gostam ou não gostam. Se você fizer uma coleta de informações entre as sessões, poderá descobrir do que eles estão gostando e o que não estão aproveitando. Isso lhe permitirá ajustar a sua campanha de acordo para oferecer a maior chance de diversão ao grupo. Só como exemplo, eu tinha um novo jogador em um novo grupo que, de cara, me disse: "Sem artefatos. Sem Elminster. Sem Liches". Isso me surpreendeu um pouco, mas ele foi tão inflexível em sua lista de exclusões que eu segui essas limitações e não usei nenhuma das três. Infelizmente, ele se recusou a aceitar o "gancho fácil" que eu dei ao grupo no início da aventura inicial. O resto do grupo seguiu com a aventura, enquanto ele continuava a discutir com o "fornecedor do gancho" sobre a veracidade das declarações sobre o motivo pelo qual os PJs precisavam se aventurar. Ao final de uma primeira sessão (bastante controversa), decidi que ele não se encaixaria. Ele foi educadamente “expulso” do grupo, e o resto de nós seguiu para limpar um flagelo goblinóide de Cormyr...e perto do fim da campanha, eles destruiram um lich a pedido de Elminster e encontraram um artefato no saque (Nota do Veterano: é...e viva a ironia! rs).

Conclusão
Como eu disse no início do artigo, há muitos outros aspectos envolvidos na criação de um novo grupo, mas é isso que tenho para hoje. Se você tiver outras considerações a serem consideradas, fique à vontade para deixar um comentário.

Nenhum comentário: